quarta-feira, 14 de março de 2007

Como ser uma Igreja em Células

COMO SER UMA IGREJA EM CÉLULAS

INTRODUÇÃO

O Cristianismo está vivendo uma das eras mais brilhantes de sua história. A cada dia, mais e mais pessoas estão vindo para Cristo e muitas igrejas estão crescendo de forma fantástica.
O problema é que muitos dos frutos desta colheita não permanecem. As grandes campanhas evangelísticas atraem multidões, mas cerca de apenas 3 a 16% dos convertidos permanecem nas igrejas. Não basta apenas a igreja abrir sua porta da frente para receber as pessoas, é necessário que ela feche a porta de trás para que elas não saiam.

Este é o grande desafio de nossa época: não basta apenas ganhar almas para Cristo, é necessário estabelecer um sistema que garanta que estas almas, ou pelo menos a maior parte delas, permanecerão na igreja e darão fruto.

Um fenômeno mundial tem marcado o destino de várias igrejas ao redor do mundo; as células familiares têm sido a forma, ou método, usado por diferentes igrejas para combater a evasão de membros e aumentar o seu potencial evangelístico. Em decorrência disto, mega-igrejas estão despontando de forma impressionante em lugares que nunca foram considerados como que propícios para o crescimento do povo evangélico.

As células podem variar de uma igreja para a outra, mas a forma como é éfetuada é a base para o seu sucesso. Algumas das maiores do mundo atingiram esta posição após implantar um ministério de células familiares.

Veja os exemplos a seguir:

Nome da Igreja Localização Pastor Células Membros

1. Bethany World Prayer Los Angeles Larry + 500 7.000
Baker Center Stockstill

2. The Christian Center Guayaquil, Jerry Smith 2.000 7.000
of Guayaquil Equador

3. Elim Church São Salvador Jorge 5.500 35.000
El Salvador Garlindo

4. Faith Community Singapura Lawrence 550 6.500
Baptist Church Khong

5. The lntemational Bogotá, César 13.000 + 35.000
Charismatic Mission Colômbia Castelhanos

6. Love Alive Church Tegucigalpa, Renê 1.000 7.000
Honduras Peñalba

7. Living Water Church Lima, Peru Juan 600 8.000


8. Full Gospelh Church Seoul, Korea David Cho 23.000 153.000/700.000
* Dados de 1998


1. Definindo Células Familiares — O que exatamente é uma célula?

—> As células são pequenos grupos com foco no envangelismo incorporados na vida da igreja.

A Célula não é um grupo de: (1) Oração; (2) Estudo Bíblico; (3) Pregação; (4) Cura interior; (5) Discipulado; (6) Programa social.

—> A visão não é ser uma igreja com células, mas uma igreja celular.

Todas as coisas que a igreja precisa fazer - treinamento, discipulado, evangelismo, oração, adoração, comunhão, ensino - serão feitos através das células. Os cultos na igreja são uma celebração da corporação (do Corpo).

As pessoas, como membros do corpo de Cristo, se encontram semanalmente para edificação mútua e para disseminar as Boas Novas para aqueles que ainda não conhecem à Jesus. O objetivo final de cada célula é a sua MULTIPLICAÇÃO, que acontece naturalmente com o crescimento da célula através do evangelismo e das conversões. A célula é simplesmente a igreja se reunindo em pequenos grupos.

Não é um grupo de oração, ainda que a oração seja um ingrediente básico; não é um grupo de discipulado, ainda que o discipulado aconteça espontaneamente; não é um grupo de estudo Bíblico, ainda que o ensino seja enfatizado nas reuniões; não é um grupo de cura interior, ainda que seja um lugar de cura e restauração; não é um ponto de pregação, ainda que o objetivo básico de cada célula seja a multiplicação. A célula reúne um pouco de cada: é um lugar de oração, estudo da Palavra, discipulado, cura interior, apoio e evangelismo.


2. De onde vêem as células?

As células têm seu início e sua base nas Sagradas Escrituras. Em Atos 2:46 Lucas diz que diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam o pão de casa em casa, e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração. Atos 5:42 afirma que todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar, e de pregar a Jesus, o Cristo.

Depois de saírem da prisão, Paulo e Silas se dirigiram para a casa de Lídia que era o lugar onde os irmão se reuniam. Tendo-se retirado do cárcere, dirigiram-se para a casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortavam (Atos 16:40). Falando aos presbíteros de Éfeso, Paulo os exorta dizendo que ele próprio jamais havia deixado de anunciar coisa alguma proveitosa, de ensinar publicamente e também de casa em casa (Atos 20:20). Em Romanos 16:5 Paulo faz uma saudação à igreja que se reúne na casa de Áquila e Priscila. Também I Coríntios 16:19 afirma: No Senhor muito vos saúdam Aquila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles. Ao que tudo indica não era uma reunião temporária, mas uma prática normal da Igreja. Em Colossenses 4:15 Paulo saúda os irmãos de Laodicéia, à Ninfa e à igreja que ela hospedava em sua casa. E finalmente, em Filemon 2, ficamos sabendo de uma igreja que se reunia na casa de uma certa irmã: ... e à irmã Áfía, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que está em tua casa.

No velho Testamento a orientação dada por Deus a Moisés nos faz lembrar as células. Todo o povo deveria ser dividido em células de mil, de cem, de cinquenta, e de dez pessoas. Cada grupo com o seu líder (Êxodo 18:1-27). Foi uma estratégia dada por Deus. É impossível um único líder cuidar de centenas de pessoas.

Jesus dava especial atenção a grupos pequenos quando separou os setenta e os enviou de dois em dois (Lucas 10:1), e também nas inúmeras vezes em que ministrou em casas (Marcos 1:29-34, 2:15, 3:20-34, 7:17, 9:28, Mt 10: 12-14, Lc 10:5-7).

3. As Células na História da Igreja Cristã

João Wesley foi o pioneiro em evangelismo através de células. No final do século XVIII, Wesley tinha desenvolvido mais de 10.000 células chamadas de classes. Milhares de pessoas participavam em suas classes. O pastor David Yonggi Cho cresceu de cinco para 1 milhão de pessoas desde 1959. Em 1970 ele inicou seu ministério de células e atribui à isto o crescimento de sua igreja. Em Bogotá, Colombia, César Castelhanos, após visitar David Yonggi Cho em 1986, implantou o ministério de células em sua igreja. A igreja cresceu de cerca de 200 para mais de 100.000 membros e possui mais de 30.000 células. É hoje, uma das maiores igrejas da América Latina.

Da mesma forma, Sergio Solórzano, após visitar David Yonggi Cho em 1985, implantou o ministério de células. Sua igreja de 3.000 membros na época, conta hoje com mais de 85.000 membros. Em Singapura o pastor Ralph Neighbor, em apenas quatro anos de pastorado, viu serem agregados à sua igreja mais de 4.500 pessoas. Na Tailândia, a Igreja da Esperança em Bangkok, começou com apenas cinco pessoas em 1981 e hoje está com mais de 60.000 membros e com cerca de 1000 igrejas fundadas na Tailândia.

4. Por que o nome Célula?

Biológicamente falando, células são a menor unidade estrutural de um organismo que é capaz de funcionar independente. Uma gota de sangue, por exemplo, tem cerca de 300 milhões de células vermelhas. Da mesma forma como as células se juntam para formar o corpo de um ser humano, as células numa igreja formam o corpo de Cristo. Além disto, cada célula biológica cresce e reproduz suas partes até se dividir em duas células.

Todas as características genéticas recebidas dos pais é estabelecida em cada célula filha. Da mesma forma a célula na igreja cresce e reproduz até se dividir em duas células, porém mantendo as características da célula mãe. A palavra "multiplicar" é melhor aplicada aqui do que a palavra "divisão" porque na verdade as células continuam sendo parte de uma única igreja.

5. Processo de Desenvolvimento

As células na igreja, da mesma forma que a célula humana, passam por específicos estágios. O alvo final é a multiplicação.

1. Estágio de aprendizado
2. Estágio de amor
3. Estágio de união
4. Estágio de lançamento
5. Estágio de multiplicação

6. Qual a importância das células para a vida da Igreja?

A Igreja deve ser um lugar de amor e aceitação. Um lugar onde as pessaos se sintam bem. Um lugar de cura e restauração, de pastoreamento, e edificação. Entretanto pode ser um depósito de tijolos, quando Deus quer um edificio. Deus não nos chamou para ser membros espalhados, mas um corpo. Não podemos confundir crescimento com massificação. O fato de termos muitos tijolos não significa que temos um edificio. As células são uma forma de conciliarmos quantidade e qualidade.

6.1 A igreja como um Família: As células tomam-se mais frutíferas na medida em que se parecem mais com uma família. Algumas pessoas somente serão alcançadas num ambiente de amor e aceitação familiar. Na mente de toda pessoa, o lar é o lugar de aceitação e de expressão incondicionais. É o lugar de acolhimento e aconchego. A igreja é um lar que deve ter todas estas expressões de vida e amor. É essa a proposta das células, um lugar de acolhimento em amor.

6.2 A Igreja como um edifício: Outra ilustração da Igreja é o edificio. Pedras isoladas e amontoadas não constituem um edificio. Um depósito de material de construção não é um edificio. Mas como conciliar vínculos e crescimento numérico? A única alternativa é edificarmos a igreja nas reuniões menores, ou seja, nas células.

6.3 O corpo é outra ilustração da Igreja: Em um corpo, a principal característica é a ligação dos membros. Um amontoado de membros em nossas reuniões não faz de nós um corpo. Para ser um corpo os membros precisam estar ligados uns aos outros para que o sangue da vida de Deus circule entre eles. A Igreja é um organismo e não uma organização. Os membros devem ter função e não cargo; ministério e não mandato. Nós precisamos das células para que cada membro funcione adequadamente. É nas reuniões das células que todos podem desempenhar as suas funções.

7. Os Objetivos da Célula (Atos 2:42-47):

1. ENSINO - "E perseveravam na doutrina dos Apóstolos" (42)
2. COMUNHÃO - "... na comunhão e no partir do pão" (42)
3. ORAÇÃO - "E perseveravam ... nas orações ..." (42)
4. ARTICULAÇÃO DOS DONS - "sinais eram feitos ..." (43)
5. AÇÃO SOCIAL - "..Distribuiam à medida da necessidade" (45)
6. PROPICIAR CUIDADO PASTORAL - "Todos os que creram estavam juntos" (44)
7. MULTIPLICAÇÃO - "O Senhor acrescentava os que iam sendo salvos" (47)

8. Os benefícios deste ministério:

1. Não há gastos financeiros
2. Não limita o crescimento ao tamanho do lugar onde se reúne
3. Quebra toda religiosidade e formalismo
4. Cria-se oportunidade para uma lidenrança reconhecido no meio do povo
5. Permite que os dons distribuidos na igreja se manifestem
6. As pessoas ficam melhor cuidadas e apascentadas não somente pelo pastor
7. Crescimento rápido e consistente

9. Os desafios para a Célula:

1. Ser uma família que se ame de verdade
2. Lugar de edificação dos crentes
3. Multiplicar-se sem degenerar-se
4. Local, data e hora definidos
5. Reunir-se regularmente
6. Criar um ambiente de homogenidade

10. Os inimigos e os obstáculos à Célula:

1. O clericalismo e o formalismo religioso.
2. O prédio da igreja como um templo sagrado
3. Líderes despreparados e desqualificados
4. Transformar-se em uma “mini-igreja”.
5. Caminhar em desarmonia com as orientações dos pastores.
6. Voltar-se para dentro de si mesma e abandonar a multiplicação.
7. Falta de unidade entre os líderes.
8. Ativismo, atividade e não ministério.
9. Imediatismo.
10. Modismo

11. Compontentes da Célula:

Os componentes podem variar de acordo com cada célula. Por exemplo, em alguns casos os líder poderá também atuar como anfitrião, porém, sempre que possível cada célula deverá constar dos seguintes componentes: Líder, Co-líder, Anfitrião, Tesoureiro. Conforme a multiplicação das células outros componentes devem ser apontados para servirem como Supervisores, Pastores de Área, etc.

1. O Líder

É a figura chave dentro da estrutura de células. Pode ser homem ou mulher, jovem ou adulto, solteiro ou casado. Não existe limite de idade específica, mas ele/ela deve apresentar as seguintes características:

=> Incorporar a visão de célula
=> Ser cheio do Espírito
=:> Ser submisso
=> Ser ensinável
=> Ser transparente
=> Ser tratável

* Planejar a reunião do grupo: A reunião deve estar sob controle e não se deve passar a impressão de desorganização. O líder deve designar de antemão quem será o responsável para levar o lanche naquela semana, caso haja lanche.

* Dirigir a reunião do grupo: Esta é a sua função mais importante e sistemática. É sua função incentivar a participação de todos e ser modelo de intensidade e disposição. Ao final da reunião, deve preencher a ficha de acompanhamento e verificar se todos colaboraram para a limpeza da casa do anfitrião.

* Fazer o apascentamento: Durante a semana, espera-se que o líder procure por aqueles membros do grupo que falatarem à reunião. Se houver problemas que não possa resolver, deve procurar o supervisor ou levar o caso ao pastor. O líder deve promover outros eventos de oração, comunhão ou evangelismo, conforme a necessidade do grupo. Se houver novos convertidos, é sua função designar alguém para ministrar-lhes a apostila Nascido de Novo, e também se houver visitas para fazer, ele pode designar um grupo de irmãos para fazê-las.

* Planejar a multiplicação da célula: Planejar e executar a multiplicação da célula junto com o supervisor e/ou pastor.

* Participar da reunião de supervisão: Cada líder deve participar das reuniões de supervisão. Estas reuniões visam o monitoramento das células; além disto, elas buscam também a edificação e motivação pessoal do líder.

* Participar dos treinamentos de reciclagem: As treinamentos visam a reciclagem e aprimoramento do líder em diversas áreas. Um líder bem equipado poderá equipar melhor os membros de sua célula.

2. O Co-Líder

É aquele que caminha junto com o líder e é o seu virtual substituto. Todos os aspectos de caráter que se aplicam ao líder devem ser observados na vida do co-líder durante o tempo em que ele está auxiliando. Todo o trabalho do líder deve ser feito junto com o seu auxiliar. Isto é a forma prática de treiná-lo para fazer o mesmo depois em outro grupo.

3. O Anfitrião

O anfitrião é a segunda pessoa mais importante dentro da estrutura de células. Cabe à ele receber os irmãos na sua casa com disposição e amor. O ideal é termos células somente em casa onde os dois cônjuges são crentes. Entretanto, poderá haver circunstâncias onde este padrão não seja seguido. Os deveres do anfitrião são:

* Receber bem o grupo - O anfitrião deve evitar, a todo custo, estar ausente de uma reunião. É desagradável ir a uma casa onde o dono está ausente. Se houver qualquer reclamação quanto à conduta de algum irmão, sobre uma intimidade exagerada na casa ou danos nos móveis, o anfitrião deve falar ao líder da célula em particular e nunca na frente de todo o grupo.

* A Televisão - Não deve haver nenhuma televisão ligada na casa e nem outra reunião paralela em outro cômodo da casa. O anfitrião deve zelar para que nada atrapalhe o bom andamento da reunião. Isto só é possível quando o anfitrião entende que está desempenhando um ministério diante de Deus e não meramente cedendo a sua casa para uma reunião.

* Se envolver na reunião com o grupo - Há anfitriões que entregam a sua casa, mas não participam do grupo. Isso é tomado pelas pessoas como indiferença e contragosto. O dono da casa deve se uma pessoa simpática; as pessoas devem sentir-se bem em sua casa.

4. Escolhendo a casa

Infelizmente, nem todas as casas são adequadas para receber uma célula. Pessoas que são "room mate" talvez tenham problemas nesta área, principalmente se as outras pessoas que dividem a casa com ela não são crentes. O anfitrião deve ter muita sensibilidade para identificar se a célula será uma oportunidade para evangelismo ou se trará problemas para o convívio das pessoas.

Outro cuidado deve ser tomado com relação a crentes de diferentes denominações que dividem a mesma casa. De forma alguma crentes de outra igreja podem liderar ou interferir no desenvolvimento da célula.

5. Tesoureiro

É a pessoa responsável por recolher, caso haja, ofertas ou doações financeiras para qualquer programa ou atividade da respectiva célula. Ele deverá entregar o dinheiro arrecadado ao tesoureiro da igreja na mesma semana. Todo dinheiro deverá ser administrado pela tesouraria da igreja e não pelas células. Quando necessário, o líder da célula deve solicitar ao Supervisor de células ou alguma quantia para cobrir despesas específicas. O Supervisor providenciará, junto ao Tesoureiro da igreja, a quantia necessária.

6. O Supervisor das Células

É aquele que frutificou na liderança de célula multiplicando várias vezes a sua própria célula. Ele passa então a acompanhar até dez células. Seus deveres são:

* Reunir-se semanalmente com os componentes do seu grupo - Fazendo rodízio, o supervisor deve se reunir com o líder de uma célula e o seu auxiliar, o anfitrião, o tesoureiro. O alvo é motivá-los para o trabalho, orar junto com os líderes, repassar orientações e estratégias, e resolver eventuais problemas. A reunião de supervisão é o momento do líder entregar a ficha de acompanhamento. Com base nesse relatório o supervisor vai determinar as direções novas. Todo tipo de formalismo deve ser evitado e a relação deve ser de discipulado.

* Visitar as células semanalmente - O ideal é que cada superviosr tenha no máximo dez células sob sua orientação. Isto para não passar muito tempo até a próxima visita à célula.

* Organizar a multiplicacão junto com o líder - O supervisor deve estar atento para que uma célula não demore a se multiplicar depois de ter atingido quinze membros. Ele deve ajudar o líder a providenciar um novo anfitrião, distribuir os membros nas duas células e treinar o novo líder.

* Reunir-se semanalmente com o pastor - Os supervisores devem prestar relatório mensal de cada célula que acompanham, ao pastor. Além disto deverão tem um contato semanal com o pastor para também receberm apascentamento e cobertura espiritual.

Cada supervisor deve estar atento aos seguintes aspectos da célula:

* Se há movimentação financeira na célula.
* Se está havendo acompanhamento aos novos convertidos.
* Se a célula tem crescido em comunhão.
* Se o ensino estabelecido tem sido ministrado.
* Se a célula está crescendo.
* Se falta co-líder, tesoureiro, etc.
* Se a frequência da célula está normal.

7. O Pastor

É o responsável pelo funcionamento de toda a estrutura de funcionamento e multiplicação da célula. Portanto, cabe a ele treinar e motivar todos os líderes, supervisores, e pastores de área. Quando não houver pastor de área, o pastor principal assume todas as funções pastorais necessárias.

8. O pastor de área

É o pastor que ajudará o pastor principal no funcionamento das células. Ele coordena um grupo de até cinquenta células. Suas tarefas são:

* Acompanhar o trabalho de cada supervisor reunindo-se com ele semanalmente para apascentá-los e receber prestação de contas de cada um deles, individualmente.

* Criar estratégias e motivar aos seus supervisores ajudando-os na abertura de novas células e nas questões disciplinares dos membros da célula.

* Toda situação de pecado e disciplina deve ser acompanhada pessoalmente pelo pastor de células. Caso seja necessário ele levará o caso para apreciação do pastor principal.

* Junto ao pastor principal, o pastor de área deve prover material de treinamento para cada componente do grupo. Mesmo que repasse para os supervisores aplicarem, os cursos de treinamento devem ser desenvolvidos pelo pastor de área.

* Preparar a listagem dos grupos com todos os seus dados. Isto é fundamental para contactar os componentes das células e acompanhar o desenvolvimento do trabalho.

* Preparar relatórios para a Assembléia da Igreja. É importante que cada membro da igreja entenda o funcionamento da obra e para isso relatórios são muito importantes. O pastor deve utilizar de diversos métodos para isto tais como, murais, cartas, etc.

* Implementar métodos criativos e sistemáticos que motivem os membros à participarem das células.

9. A Organização da Célula:

1. O Tamanho da Célula - Cada célula deve ter no mínimo três pessoas e não deverá ultrapassar o limite de quinze pessoas. O exemplo de célula com Moisés foi de dez (Êxodo 18:21) e Jesus liderou doze. A célula deverá se multiplicar quando estiver com quinze pessoas, porém, ela poderá se multiplicar até com um número menor, mas nunca maior que isto.

2. A Multiplicação da célula - É o processo de uma célula multiplicar-se em outra célula. Isto acontece sempre que a célula chega a quinze pessoas. Neste processo de multiplicação o líder mais experiente sai para formar outra célula junto com os crentes mais velhos. O alvo de cada célula é de se multiplicar pelo menos duas vezes ao ano.

3. Relatório da célula - O líder de cada célula deve prestar relatório mensal sobre o andamento da sua célula. Em caso de algum problema deverá ter uma entrevista com o supervisor.

4. Reunião de supervisão - Semanalmente ou quinzenalmente cada líder deve se reunir com o seu supervisor. É uma reunião de pastoreamento do líder que visa orientá-lo, motivá-lo e assití-lo em qualquer dificuldade. É nesta reunião que os líderes prestam os seus relatórios.

5. Reunião com o pastor - Esta também é uma reunião de pastoreamento do supervisor que visa orientá-lo, motivá-lo e assití-lo em qualquer dificuldade. Nesta reunião, serão ouvidos os relatórios individuais de cada célula.

10. A Reunião da Célula

A principal característica da célula é a espontaneidade e a liberdade para a atuação do Espírito Santo. Não há como padronizar a reunião. Entretanto, a Palavra de Deus nos ensina que tudo o que Deus faz Ele o faz pela Palavra e pelo Espírito. Cada célula precisa, basicamente, destes dois ingredientes: unção do Espírito e revelação da Palavra.

Isto é necessário para que haja vida na célula. Em função disto precisamos de certas práticas e disciplinas espirituais no grupo. Não é um modelo de liturgia, mas certas práticas devem ser exercitadas na célula. Precisamos ter a prática das seguintes disciplinas espirituais:

* Louvor
* Meditação na Palavra
* Oração
* Jejum
* Testemunhos
* Comunhão
* Compartilhamentos

Obs: Este assunto sobre o conteúdo das reuniões nas células, será abordado mais profundamente nas seções de treinamento e reciclagem. Os dons espirituais, o fruto do espírito, o crescimento espiritual, o crescimento numérico e a integração da célula serão uma consequência natural destas práticas.

A. ENVOLVIMENTO - Podemos começar a reunião com uma oração convencional, mas uma forma que envolve mais os participantes é "oração da Palavra." O líder escolhe um texto e leva todos a orar usando o verbo na primeira pessoa. Esta prática, com o passar do tempo, se toma naturalmente parte do louvor e adoração. Cuidados especiais:

=:> Não prolongue por mais de dez minutos;
=> Não deixe que seu estado emocional influencie negativamente a reunião. Cuidado para não demonstrar tristeza ou melancolia.
=> Faça um rodízio deixando uma pessoa responsável pelo início de cada reunião.
=> Busque uma palavra de fé, do coração de Deus para o coração do povo.

B. LOUVOR E ADORAÇÃO - O louvor tem sempre uma parte fundamental em qualquer reunião. O louvor prepara o nosso coração para a Palavra de Deus; é um período no qual confessamos os nossos pecados, exaltamos à Deus, confrontamos as forças das trevas, somos curados, renovados, abençoados e adoramos ao Senhor. O ideal é termos um bom período de louvor no início de cada reunião; a espontaneidade e intensidade é fundamental.

=> Se necessário traga uma folha escrita com os cânticos em cada reunião.
=> Procure ministrar o louvor e não apenas anunciar os cânticos que serão cantados.
=> Estimule as expressões físicas de louvor como palmas, brados, prostar-se, ajoelhar-se, erguer as mãos, clamor, silêncio, marcha, danças, etc.
=> Não prolongue demasiadamente o louvor.

C. A PALAVRA - Cada líder receberá, no início de cada mês, uma apostila com as palavras que devem ser ministradas no grupo. Estas apostilas não devem ser lidas na reunião e nem usadas como revistas de escola dominical. Elas são um auxílio para o líder. O líder deve estimular a participação de todos. Quanto maior a comunicação mais forte será o grupo.

A maneira como as pessoas se sentam no grupo faz muita diferença na sua participação. O melhor é sempre um círculo com uma ou duas cadeiras vazias. No final da palavra, o líder pode usar o momento para orar o texto bíblico que foi pregado com todo o grupo, ou fazer uma confissão com todos juntos.

D. COMPARTILHAMENTO - É importante que todos compartilhem o que Deus falou com eles durante a ministração da palavra. Todos devem falar, ainda que poucos minutos. O líder deve ter os seguintes cuidados.

=> Não pressione ninguém a orar ou falar.
=> Não deixe que os irmãos aproveitem a oportunidade para falarem de outros assuntos.
=> Não deixe que as pessoas relatem confidências muito íntimas neste momento.
=> Todo testemunho deve ser para edificar e motivar o grupo.
=> Nunca permita discussões doutrinárias.
=> Não deixe que ninguém monopolize este tempo.
=> Não tente responder a todas as perguntas.
=> Não permita que alguém tente resolver problemas da igreja nas reuniões.
=> Não permita que se fale sobre uma pessoa que não se encontra presente.
=> Esteja sempre alegre e bem humorado nas reuniões.
=> Dê espaço para que o Espírito Santo dirija a reunião.

E. COMUNHÃO - A confraternização é primordial para o crescimento da célula. Após a reunião deve sempre haver um tempo de comunhão descontraída entre os irmãos. O ideal é que haja algum tipo de lanche. Cuidado, para não demorar demais na casa após o término da reunião. Reconheça os limites da hospitalidade: barulho excessivo, intimidade demasiada com objetos e/ou lugares da casa, hora de ir embora devem ser observados rigorosamente.

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